O último trem do sertão

Os trilhos da R.F.F.S.A. foram retirados do centro de Sete Lagoas, MG. O cinegrafista Jorge Concórdia registrou a partida do último trem de passageiros, com destino à capital mineira, no dia 18/12/1992.

Ferrovias versus Rodovias

As estradas de ferro apresentam o triplo da eficiência energética do transporte rodoviário. De acordo com dados da empresa ferroviária norte-americana Union Pacific, a eficiência energética das locomotivas aumentou cerca de 72% desde 1980.

Em 1980, 4,4 litros de diesel movimentavam, em média, uma tonelada de carga por 378,35 quilômetros. Em 2001, a mesma quantidade de combustível já transportava, em média, uma tonelada de carga por 653,66 quilômetro.

No caso de caminhões truques com capacidade de 15 toneladas, como por exemplo um modelo 1620 da Mercedes, utilizado no Brasil, o consumo de diesel para transportar uma tonelada de cargapor 653,66 quilômetro aumenta para 12,45 litros, considerando um desempenho médio de 3,5 quilômetros por litro.

Essa é a razão da elevada competitividade dos trens frente aos caminhões, principalmente tendo-se em vista que o gasto de combustível é o principal item de custo variável das ferrovias, uma vez que os gastos com manutenção de vagões e locomotivas são bem menores que as despesas com pneus e outros equipamentos de caminhões.

Nos últimos anos os fabricantes de trens e ferrovias reduziram o peso e aumentaram a capacidade dos vagões a fim de melhorar a eficiência energética e reduzir emissões de gases. A capacidade média de carga dos vagões está atualmente próxima de 93 toneladas, 17% acima da capacidade de vagões fabricados há 20 anos.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) calcula que a cada tonelada transportada por 1,61 quilômetro, um caminhão típico emita aproximadamente três vezes mais óxidos de nitrogênio e particulados que uma locomotiva.

De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Engenheiros Mecânicos, se 10% das cargas intermunicipais atualmente transportadas em rodovias fossem levadas por trens, no mínimo 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono seriam eliminadas da atmosfera anualmente. Já a Associação dos Ferroviários Norte-Americanos calcula que, se apenas 10% das cargas que circulam em rodovias fossem direcionadas para os trens, os Estados Unidos economizariam mais de 880 milhões de litros de combustível por ano.

Custo Brasil

No Brasil, ao contrário do que ocorre no restante do mundo, as tarifas do transporte ferroviário são em muitos casos superiores aos fretes cobrados por caminhões. A Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (FCA), por exemplo, chega a cobrar R$ 60 por tonelada de calcário transportado numa distância de cerca de 600 quilômetros, enquanto o mesmo frete sai por R$ 33 feito por caminhão. Deve-se ainda ressaltar que a própria tarifa homologada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) (Resolução nº 1720 de 09 de novembro de 2006 da ANTT) para o mesmo produto e mesma distância - R$ 46,74- está também bem acima do valor recebido por caminhoneiros.

Laércio Franzon / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Nossa opinião:
Falta ao Brasil acreditação ao setor ferroviário. Falta quebrar as barreiras culturais entre governo e empresários bem como investidores.
O meio ambiente clama a volta das ferrovias. Os custos operacionais de uma ferrovia são comprovadamente menores.
Pela falta de incentivos e acreditação é que as ferrovias brasileiras padecem.
Nosso clamor não cessa: - Volta, Ferrovia!

Equipe Ferrovias Brasil

Lula destaca investimentos em ferrovias no país



Presidente visitou obras da Ferrovia Norte-Sul na semana passada.
Em programa de rádio, ele falou sobre novos projetos na área.

Durante seu programa de rádio "Café com Presidente", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou os investimentos em ferrovias no país. Lula comentou sua visita às obras da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis (GO), na semana passada.

"Quando essa ferrovia foi lançada, o Sarney era presidente da República. De lá até eu tomar posse como presidente da República, foram construídos apenas 215 quilômetros e nós, hoje, já concluímos 560 quilômetros. Ou seja, nós fizemos em sete anos quase que o dobro de tudo aquilo que foi feito em 17 anos", disse Lula.

O presidente falou ainda sobre os projetos futuros para a ferrovia, e da Ferrovia Leste-Oeste, que ligará Ilhéus (BA) à Ferrovia Norte-Sul no Tocantins. "Vamos fazer um processo de integração extraordinário de ferrovias, dando competitividade aos produtos agrícolas e a outros produtos manufaturados, produzidos na região Centro-Oeste do Brasil", afirmou, acerescentando que o governo vai "dar ao Brasil, do ponto de vista de ferrovia, o que deveria ter sido construído há 20 ou 30 anos".

Na visita, na quinta-feira (13), Lula criticou o Tribunal de Contas da União (TCU) pela paralisação de obras da ferrovia. O TCU mandou reter, em 2008, 10% do pagamento de contratos da ferrovia após encontrar irregularidades. A construção de 2,25 mil km de ferrovia faz parte das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O investimento é calculado em R$ 6,53 bilhões.